Como evitar riscos do Mercado Livre de Energia?

A preocupação constante que vemos nos consumidores que podem migrar para o Mercado Livre de Energia mas ainda não fizeram está relacionada aos riscos do Mercado Livre de Energia.

Mesmo sendo uma alternativa de redução de custos com energia elétrica, o consumidor acostumado com o faturamento da concessionária distribuidora de energia sente-se inseguro quanto aos riscos incorridos no Mercado Livre de Energia. Essa preocupação é genuína, visto que o Mercado Regulado de energia é a forma mais comum de contratação deste importante insumo de produção.

Como se trata de uma mudança na forma de gerenciar os custos com energia elétrica, muitos consumidores tendem a avaliar o Mercado Livre como arriscado, principalmente por não terem certeza sobre a performance de suas vendas e de sua produção nos anos seguintes.

Porém, apenas empresas que estão no Mercado Livre de Energia conseguem usufruir de situações vantajosas de mercado, ao contrário da situação passiva de consumir eletricidade aos preços definidos pela Aneel. Estas oportunidades exclusivas ao mercado livre de energia gera maior competitividade ao seu produto por haver a capacidade de gerenciar melhor o custo com energia elétrica.

Quais são os riscos do Mercado Livre de Energia?

Primeiramente, vale destacar que como todo mercado livre, o de energia também tem volatilidade de preços de acordo com oferta e demanda e no curto prazo, de acordo com o perfil de geração de energia realizado à época, onde fatores climatológicos como disponibilidade de chuvas e ventos podem alterar os preços vigentes.

Da mesma forma que os preços de energia podem sofrer aumento, as mesmas condições podem tornar o preço por MWh muito mais atrativo que o mercado regulado, tornando assim o custo total deste insumo de produção bastante competitivo frente aos concorrentes.

Para empresas eletro-intensivas, que são aquelas que dependem de boa parte dos custos de produção em energia elétrica, contratar bem a energia no Mercado Livre de Energia pode representar grande vantagem competitiva. No mercado regulado, o preço pago pela energia será o mesmo que todos os outros agentes, gerando então pouca diferenciação em relação aos custos dos concorrentes.

Uma das formas de controlar esses custos é ter uma estratégia de contratação ao longo do tempo, e não simplesmente assinar um contrato longo com incertezas à frente. Vemos muitos casos de contratação acima de 4 anos, e isso impacta em travar as oportunidades de baixo preço que podem ser realizadas durante o período. Além disso, outros fatores como mudança de cenários políticos e econômicos podem influenciar fortemente os preços de energia verificados.

Um exemplo da gestão de contratação pró-ativa é realizar a compra futura de forma escalonada. A cada ano, o orçamento para o consumo de energia elétrica é revisado e aguarda-se um momento de baixa nos valores de energia para contratar anos futuros. Assim, o “mix” de contratos terá um preço final competitivo em relação ao mercado cativo e o volume será muito próximo ao que realmente será necessário.

Vamos verificar como este modelo pode ser aplicado nos orçamentos de uma indústria.

Nota-se que a partir de uma estratégia planejada de contratação, é possível minimizar os riscos associados ao Mercado Livre de Energia, gerando economia frente à estratégia passiva de consumir ao preço definido pelo governo.

A partir do momento que a contratação de energia é revisitada de forma periódica, é possível ter um custo final de energia bastante mais atrativo em relação ao que fazem os concorrentes.

Nos mercados mais maduros em relação à liberdade de escolha de fornecedores de energia elétrica, como alguns países europeus e alguns Estados dos EUA, o item “compra de energia no Mercado Livre de Energia” é estratégico dentro da empresa e seu custo é revisado periodicamente pela alta administração afim de proporcionar redução de custos e garantia de preços sem oscilação do Mercado de Curto Prazo.

Portanto, é importante desenvolver uma METODOLOGIA para aproveitar os momentos de baixa de preços e adequar a quantidade comprada à necessidade de produção.

Esta prática evita exposição desnecessária ao Mercado de Curto Prazo, que possui volatilidade de preços e, na nossa experiência, é o maior risco do Mercado Livre de Energia.

Riscos de Desabastecimento (racionamento)

O risco de racionamento para os consumidores livres e especiais é o mesmo enfrentado pelos consumidores do mercado regulado (consumidores cativos), pois a geração, distribuição e consumo de energia no mundo físico difere do mundo contratual. Ou seja, caso venha haver racionamento de energia no país, o mesmo esforço de eficiência de consumo será solicitado aos consumidores livres e aos consumidores cativos.

Vale lembrar que a função de transmissão e distribuição de energia elétrica se dá por concessão da Aneel à iniciativa privada ou por empresas estatais onde existe toda uma regulamentação de período de disponibilidade de energia e níveis de serviços que nada tem a ver com a forma de contratação de energia optada pelo consumidor.

Caso haja interrompendo de fornecimento de energia em um local, a empresa concessionária de energia deverá retornar o serviço dentro dos parâmetros exigidos pela Aneel sob pena de multa por não realizar o serviço para que foi designada. Portanto, não há no que se falar sobre haver diferenças de serviços entre consumidores cativos e consumidores livres.

A receita de venda de energia realizada pela concessionária no mercado regulado não fica com a distribuidora, pois o custo é repassado para os consumidores através do resultado de contratação em leilão realizada em anos anteriores para suprimento do consumo esperado dos consumidores da região atendida pela distribuidora.

Portanto, o risco relacionado ao mercado livre de energia refere-se ao não gerenciamento dos preços de curto e longo prazos, quando a exposição à preços altos no momento de contratação ocorrer. É importante ressaltar que este risco apenas se materializa caso o consumidor não se planeje para a correta compra do suprimento de energia com diferentes vendedores. Caso o consumidor tenha gerenciado a expectativa de compra no longo prazo, apenas uma pequena porção da necessidade de suprimento estará exposta aos preços de ocasião. Como o maior percentual de energia já estará contratado, os valores finais sofrerão muito pouco reajuste.

Cálculo do Break Even

Ainda, para que o consumidor tenha certeza de que está comprando energia a um preço vantajoso, é preciso periodicamente realizar o cálculo do Break-Even de energia com as diversas fontes de energia disponíveis.

Esse cálculo visa definir o preço de compra de energia convencional ou incentivada que seja igual ao preço pago caso estive no Mercado Cativo Regulado.

Um exemplo: Break Even energia incentivada 50%: R$ 245,00 MWh para bandeira verde.

Quando o valor de energia incentivada estiver sendo ofertada por valores abaixo destes 245,00 é hora de avaliar a compra futura de energia.


Outros pontos devem ser levados em consideração na hora da compra futura de energia, como o cenário provável para a geração no futuro e qual a disponibilidade de vendedores para aquele momento.

Em todos esses passos, é importante ter a assessoria de uma empresa independente de energia, para que não haja conflito de interesses entre o vendedor e o consumidor de energia.

Para entender o processo de compra de uma forma metodológica, ou mesmo para calcular seu Break-even, entre em contato com a Inter Energia: contato@interenergia.com.br / 11 4116-5115

Ou baixe nosso e-book do Mercado Livre de Energia para conhecer mais sobre os pontos principais desta forma de contratação de energia.